Foto: WIRTGENEm uma obra de excelência em pavimentação, a dinâmica dos equipamentos pode ser comparada a uma orquestra, na qual cada instrumento compõe a harmonia do conjunto.
Partindo dessa premissa, cada máquina precisa acompanhar o ritmo da outra, de modo que a patrulha trabalhe com cadência produtiva, em operação contínua e apropriada às dimensões do projeto.
Isso significa que, se a especificação da obra requer uma camada de asfalto espessa e com boa largura da pavimentação, o porte da pavimentadora deve se adequar a essas capacidades, a fim de comportar o grande volume de massa asfáltica no silo, que em seguida é transportada para seus caracóis, espalhada e compactada pela mesa.
Uma máquina com essas dimensões certamente demandará uma usina que atenda sua produção e caminhões basculant

Foto: WIRTGENEm uma obra de excelência em pavimentação, a dinâmica dos equipamentos pode ser comparada a uma orquestra, na qual cada instrumento compõe a harmonia do conjunto.
Partindo dessa premissa, cada máquina precisa acompanhar o ritmo da outra, de modo que a patrulha trabalhe com cadência produtiva, em operação contínua e apropriada às dimensões do projeto.
Isso significa que, se a especificação da obra requer uma camada de asfalto espessa e com boa largura da pavimentação, o porte da pavimentadora deve se adequar a essas capacidades, a fim de comportar o grande volume de massa asfáltica no silo, que em seguida é transportada para seus caracóis, espalhada e compactada pela mesa.
Uma máquina com essas dimensões certamente demandará uma usina que atenda sua produção e caminhões basculantes em tamanho e quantidade suficientes, além de compactadores com velocidade e capacidade apropriadas.
Qualquer subdimensionamento no maquinário envolvido em uma frente de trabalho certamente irá resultar em gargalo na obra. Por isso, a escolha dos equipamentos é fundamental para estabelecer produtividade e qualidade na pavimentação.
“O primeiro passo é dimensionar a frota de acordo com o tipo e o porte da obra”, recomenda Reginaldo Batista da Silva Junior, gerente de produtos da Sany do Brasil.
É um erro comum tentar adequar equipamentosem projetos que não conseguem atender às exigências. Foto: SANY
Projetos urbanos, ele exemplifica, exigem máquinas mais compactas, mas com alta manobrabilidade, baixo nível de ruído e redução de emissões.
“Tudo isso sem sacrificar a produtividade, mesmo com a maior descontinuidade típica dessas frentes de trabalho”, completa.
De acordo com ele, diferentes fatores influenciam na seleção dos equipamentos, independentemente do tipo de trabalho – duplicação, renovação ou primeira pavimentação, além de largura e quantidade de faixas, espessura da camada, percentual de RAP, distância da usina e tipo de traço.
As condições de tráfego também definem o tipo do pavimento a ser executado, alterando a composição e proporção entre os agregados e o CAP, bem como a composição e o projeto da base.
Segundo Carlos Santos, gerente geral da unidade de negócios Concrete and Road Machinery Business Unit da Sany Brasil, a sazonalidade do clima, sobretudo, requer atenção especial.
“Em regiões sujeitas a chuvas, o trecho aberto precisa ser asfaltado enquanto ainda estiver seco, a fim de evitar o impacto da umidade na nova camada a ser lançada em uma reciclagem, por exemplo”, explica.
Além disso, o tipo de pavimento a ser aplicado exerce influência direta na seleção. Uma composição de máquinas para pavimentos de concreto é distinta das asfálticas, e mesmo dentro da pavimentação asfáltica há particularidades importantes.
A escolha muda conforme o tipo de mistura e as características estruturais do projeto.
“Uma obra com Stone Matrix Asphalt (SMA) demanda configuração de frota e controles operacionais diferentes de uma aplicação com GAP-graded ou CBUQ tradicional”, retoma Junior.
“Da mesma forma, a espessura projetada influencia o dimensionamento, ou seja, pavimentar uma camada de 3 cm requer um conjunto de equipamentos e ajustes distintos de uma aplicação de 5 ou 6 cm, seja em termos de controle de alimentação, compactação ou número de passadas”, retoma Junior.
Por isso, a definição da frota deve ser feita pelo gerente de obra ou de operações, sempre com critérios de desempenho, produtividade e qualidade, buscando o melhor custo operacional e TCO (Total Cost of Ownership).
Contar com suporte técnico dos fabricantes e revendedores nesse processo garante uma escolha mais assertiva, alinhada às necessidades específicas do projeto e às boas práticas de execução.
RITMO
Para Vinicius Neukamp, especialista de produtos do Wirtgen Group Brasil, um dos fatores mais relevantes é o prazo, que pode ser completamente alterado em razão de condições climáticas e de outras naturezas.
Segundo Neukamp, ao utilizar equipamentos com performance, confiabilidade e qualidade, os executores da obra garantem que as tarefas sejam executadas dentro do prazo.
Caso haja alteração de planejamento, esse impacto pode ser mitigado facilmente pelo bom desempenho da frota, diz ele.
“Obviamente, esse fator está diretamente relacionado com as condições de clima e o tipo de solo e/ou pavimento”, explica.
“As características climáticas auxiliam no planejamento do tempo de execução, enquanto os tipos de materiais definem a severidade do trabalho.”
Neukamp observa que a especificação dos equipamentos requer um olhar criterioso, evitando adaptar máquinas que não são projetadas para determinada aplicação.
“Em aplicações de recomposição, fresagem e pavimentação, o sincronismo entre as máquinas é extremamente importante”, comenta.
Neste processo, a fresadora define o volume de material a ser recomposto, enquanto a pavimentadora e o rolo devem fechar o trecho para liberar o trânsito.
“Mas não são somente esses equipamentos que devem estar alinhados, pois a disponibilidade de mistura asfáltica também precisa atender à demanda do trecho fresado na recomposição”, descreve.
O especialista de produtos da Caterpillar, Pedro Carvalho, avalia que o dimensionamento de uma patrulha de pavimentação é uma das etapas mais complexas na engenharia de obras, pois envolve não apenas a seleção de máquinas, mas ainda a análise minuciosa da logística operacional.
Dimensionamento da patrulha é uma das etapas mais complexas na engenharia de obras. Foto: CATERPILLAR
“A capacidade de produção da usina de asfalto é um fator determinante para o dimensionamento da patrulha, especialmente em obras onde não há interferências externas como tráfego intenso, restrições de horário ou limitações de frente de trabalho”, diz.
Além das variáveis do projeto, é necessário atentar para fatores ambientais.
“Trabalhos noturnos, por exemplo, são realizados em janelas de tempo reduzidas devido à necessidade de liberação do tráfego em horários pré-determinados”, orienta Carvalho.
“Nesses casos, além da escolha adequada dos equipamentos, é essencial implantar logística eficiente e, dependendo da criticidade da operação, dispor de máquinas reserva para garantir a continuidade do serviço.”
Na visão do especialista da Caterpillar, as equipes precisam se manter atentas para evitar equívocos recorrentes na especificação, que podem comprometer o desempenho e a durabilidade do pavimento.
Entre esses erros está o superdimensionamento da vibroacabadora, detectado quando a capacidade de aplicação de massa excede a capacidade de abastecimento – e a máquina fica parada aguardando material.
Isso pode causar marcas na superfície devido ao calor da massa sob a mesa parada, prejudicando o Índice de Regularidade Internacional (IRI) do trecho.
Outro ponto a ser evitado, segundo Carvalho, é o descompasso entre vibroacabadora e compactadores, considerando que uma frente de trabalho excessiva pode reduzir a janela ideal de temperatura para compactação, comprometendo a eficiência do processo.
“Por fim, também não pode ocorrer o subdimensionamento da vibroacabadora, pois a máquina não consegue aplicar a massa recebida com agilidade e os caminhões ficam parados”, detalha Carvalho, explicando que a operação deve ser contínua, sem interrupções, especialmente em locais com restrições severas de tráfego.
“Essa situação leva ao resfriamento da massa e à redução da janela de aplicação e compactação”, afirma.
TECNOLOGIA
Tecnologias embarcadas como sistemas automáticos de nivelamento e controle eletrônico são capazes de elevar a qualidade da aplicação e reduzir falhas.
Além disso, fatores como eficiência operacional, manutenção, segurança e conforto também influenciam diretamente no desempenho e resultado do trabalho.
Esses avanços, na visão de Thiago Sebber Romanelli, gerente comercial da Romanelli, têm sido determinantes na composição da frota, por elevarem a precisão das operações, reduzirem desperdícios e melhorarem a produtividade.
Ao elevarem a precisão, tecnologias embarcadas se tornam determinantes na composição da frota. Foto: ROMANELLI
“Além disso, permitem o monitoramento em tempo real do desempenho das máquinas, facilitando o controle de custos, a manutenção preventiva e a tomada de decisões”, complementa.
“Hoje, investir em tecnologia é essencial para garantir qualidade, segurança e competitividade.”
Outra tendência em crescimento é a busca por equipamentos mais sustentáveis, com menor consumo e redução de emissões.
Essa mudança, na perspectiva de Romanelli, tem sido impulsionada tanto pela necessidade de maior eficiência econômica quanto pela preocupação ambiental.
“Cada vez mais fabricantes investem em motores de menor impacto e sistemas de gestão eletrônica que otimizam o uso de energia”, observa.
“A sustentabilidade deixou de ser diferencial e se tornou requisito estratégico para empresas que buscam competitividade e conformidade às novas exigências ambientais.”
Nesse sentido, ele recomenda que os empreiteiros considerem aspectos como qualidade, performance e adequação ao tipo de obra, antes de escolher os equipamentos.
“Máquinas de menor custo geralmente utilizam componentes de qualidade mais baixa, o que aumenta a probabilidade de falhas, quebras e paradas não planejadas”, adverte Romanelli.
“Essas interrupções comprometem o ritmo da produção, elevam as despesas com manutenção e podem afetar diretamente a uniformidade e a durabilidade do pavimento.”
Outro fator é a parcela significativa de equipamentos desatualizados no mercado.
Segundo Rubens C. de Brito, gerente de vendas e linhas de produtos de pavimentação e compactação da XCMG Brasil, mesmo equipamentos novos muitas vezes não possuem recursos considerados indispensáveis para obras com parâmetros de qualidade, produtividade e propriedades mecânicas de construção.
Primeiro passo para uma operação de qualidade é dimensionar a frota de acordo com o tipo e o porte da obra. Foto: XCMG
“Um erro comum é tentar adequar equipamentos em projetos que não conseguem atender às exigências”, reforça.
“Essa prática pode até propiciar redução inicial de custos de mobilização ou operacional de locação, mas induz a erros como incompatibilidade de tecnologias e sub ou superdimensionamentos”, alerta Brito.
Na mesma linha de raciocínio, o gerente comercial da Ammann do Brasil, Ivan Reginatto, reitera que as tecnologias embarcadas têm se tornado determinantes na montagem da frota, especialmente em obras de médio e grande porte.
“Os avanços focados em sistemas de nivelamento e controle de espessura, como sensores ultrassônicos de alta precisão, controlam automaticamente a altura da mesa da vibroacabadora”, acentua Reginatto.
“Isso garante espessura uniforme, redução de consumo de massa asfáltica e melhor acabamento superficial.”
Os sistemas também minimizam erros humanos e retrabalhos, recurso essencial em rodovias de alto desempenho e aeroportos.
Um dos fatores mais relevantes na pavimentação é o prazo, que pode ser alterado durante a obra. Foto: AMMANN
Mesmo em obras menores, as empreiteiras já priorizam pavimentadoras com controle automático de nivelamento, pois o ganho em qualidade e a economia de material compensam o investimento inicial.
Movida por pressões ambientais, econômicas e regulatórias, a busca por equipamentos mais sustentáveis é uma realidade para fabricantes, empreiteiras e órgãos contratantes, tanto no Brasil quanto no exterior.
“Até há pouco, as frotas de pavimentação eram avaliadas quase exclusivamente por produtividade e custo operacional”, destaca Reginatto.
“Hoje, já surgem critérios de desempenho ambiental como menor consumo, uso eficiente de materiais e reciclagem de pavimentos, além de redução de emissões, ruído e poeira”, argumenta.
Clientes valorizam máquinas robustas, com onível de tecnologia adequado à realidade operacional. Foto: MARGUI
Nos últimos anos, as vendas de equipamentos para pavimentação tiveram crescimento consistente no Brasil, até em função de obras realizadas em diferentes regiões do país.
Apesar disso, as perspectivas para o final de 2025 apontam estabilidade ou mesmo leve declínio nas vendas, em linha com o Estudo de Mercado da Sobratema.
“A indústria em geral está em queda, reflexo da alta de juros, falta de investimentos em infraestrutura e insegurança por parte das empresas e órgãos em geral”, dispara Vinicius Neukamp, do Wirtgen Group Brasil. “O cenário é desafiador neste momento.”
Ainda assim, o especialista percebe sinais de melhora, estimulada pelas novas concessões e investimentos privados.
“Há uma expectativa de investimentos em Capex para novas concessões, puxada pelas demandas de trechos com duplicações”, ressalta.
O diretor comercial da Margui, Adilson Vieira, concorda que a expectativa para o setor é de dinamismo em 2026, especialmente no 1º semestre, que antecede as eleições.
“Deve haver forte demanda por novas rodovias, programas de recuperação, concessões e projetos municipais”, prevê.
Para Vieira, o segmento de pavimentação está ganhando dinamismo no Brasil, impulsionado por concessões e pela necessidade de manutenção e recuperação de vias existentes.
“Sob o aspecto técnico, percebe-se que os clientes valorizam máquinas robustas, com o nível de tecnologia adequado à realidade operacional”, observa.
“Mas querem sobretudo um pós-venda eficiente, capaz de garantir suporte ágil e confiável para manter a continuidade das operações no dia a dia.”
Segundo o diretor, as próximas gerações de equipamentos tendem a incorporar tecnologias orientadas para a eficiência e a qualidade.
Ele delineia uma tendência de evolução nos processos voltados à reciclagem, assim como soluções que reduzam o consumo e as emissões atmosféricas, contribuindo para a sustentabilidade das operações.
“Embora as tecnologias de telemetria e sistemas de monitoramento remoto sejam bastante exploradas, as inovações buscarão tornar os equipamentos ainda mais versáteis e autônomos”, antecipa Vieira.
Saiba mais:
Ammann do Brasil: www.ammann.com/pt-BR
Caterpillar: www.cat.com/pt_BR
Margui: www.margui.com.br
Romanelli: www.romanelli.com.br/pt
Sany do Brasil: https://sanydobrasil.com
Wirtgen Group Brasil: www.wirtgen-group.com/pt-pt
XCMG: www.xcmg-america.com

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