
Mesmo ante à forte presença e resiliência da cultura de propriedade no Brasil, empresas e clientes de diferentes setores aos poucos estão mudando o posicionamento ao abrirem espaço para a locação, especialmente pela necessidade e vantagem econômica trazidas pela modalidade.
Em entrevista exclusiva à Revista M&T, o CEO da VRental, Edmar Lopes, aborda alguns dos desafios do setor, incluindo a reestruturação pela qual a empresa passou para atender de forma mais efetiva a esse mercado no país.
Locadora multimarcas com sede em Indaiatuba (SP) e filial em Recife (PE), a empresa atua com locação de maquinários de Linha Amarela, Linha Verde, pavimentação e caminhões.
Fundada em 2021, é resultado de uma parceria entre a Veneza (concessionária da John Deere) e a consultoria Visagio.
Atualmente, conta com estrutura societária diferente da época


Mesmo ante à forte presença e resiliência da cultura de propriedade no Brasil, empresas e clientes de diferentes setores aos poucos estão mudando o posicionamento ao abrirem espaço para a locação, especialmente pela necessidade e vantagem econômica trazidas pela modalidade.
Em entrevista exclusiva à Revista M&T, o CEO da VRental, Edmar Lopes, aborda alguns dos desafios do setor, incluindo a reestruturação pela qual a empresa passou para atender de forma mais efetiva a esse mercado no país.
Locadora multimarcas com sede em Indaiatuba (SP) e filial em Recife (PE), a empresa atua com locação de maquinários de Linha Amarela, Linha Verde, pavimentação e caminhões.
Fundada em 2021, é resultado de uma parceria entre a Veneza (concessionária da John Deere) e a consultoria Visagio.
Atualmente, conta com estrutura societária diferente da época de fundação, incluindo duas captações de debêntures.
Além de locação, a empresa também opera com seminovos desde 2023, em uma frente de negócios surgida da necessidade de renovação da frota.
CEO da VRental desde julho de 2025, o executivo é formado em engenharia civil pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), contando com mais de 35 anos de experiência em posições de liderança em finanças e projetos de transformação, inclusive M&A (Mergers and Acquisitions).
Além de participar ativamente de órgãos setoriais como executivo e conselheiro, Lopes é membro independente do Conselho de Administração da WDC Networks (desde 2025), membro independente do Comitê de Transações entre Partes Relacionadas da Núclea (desde 2023) e membro do Conselho Consultivo e sócio investidor da Newproperties Participações (desde 2022).
Sua sólida experiência profissional como liderança inclui passagens por empresas como Eurofarma, Gafisa, Movida, Gol e NET. “Do meu ponto de vista, diria que a cultura de uso ainda está apenas no início de sua jornada no Brasil”, diz Lopes.
“Diferentemente de outros mercados, onde a locação já está mais madura, ainda temos o predomínio de uma cultura de propriedade de bens no país, mas isso certamente mudará nos próximos anos por razões econômicas.”
Acompanhe.
Do meu ponto de vista, diria que a cultura de uso ainda está apenas no início de sua jornada no Brasil. Diferentemente de outros mercados, onde a locação já está mais madura, ainda temos o predomínio de uma cultura de propriedade de bens no país, mas isso certamente mudará nos próximos anos por razões econômicas.
De modo geral, é possível afirmar que o alto custo de capital no Brasil inviabiliza o aumento de investimentos e, por consequência, o avanço mais rápido da mecanização nas atividades produtivas. Além disso, cada vez mais a falta de mão de obra torna-se um gargalo importante para a adoção de equipamentos nos canteiros de obras e minas do país.
Segundo o executivo, predomínio da cultura de propriedade deve mudar nos próximos anos
Neste ano, o resultado operacional da empresa foi impactado significativamente pelo processo de reestruturação financeira, finalizado agora em outubro. Posso dizer que terminamos 2025 menores que começamos. Entretanto, estamos prontos para uma retomada mais forte em 2026.
Nos últimos meses, temos procurado ampliar o rol de setores em que atuamos, ao mesmo tempo em que buscamos uma maior proximidade com nossos clientes atuais. A Vrental foi fundada em 2021 e, desde então, sempre se destacou pela alta satisfação de seus clientes, resultado do bom nível de serviços de manutenção das máquinas, especialmente. No momento, estamos em meio a um processo de retomada do crescimento, tornando-se cada vez mais uma locadora multimarcas, com presença em 17 estados do Brasil.
Atuamos em diferentes setores do mercado, oferecendo – além de equipamentos – todo o suporte necessário aos segmentos de energia, construção, infraestrutura, florestal, mineração, saneamento, agronegócio, resíduos, ferrovias, bioenergia, operações industriais, transporte e logística. Dessa forma, nossa exposição ao mercado é bastante diversificada e com potencial de crescimento em vários segmentos, incluindo papel & celulose, infraestrutura e sucroenergético, somente para citar alguns dos mais relevantes.
Em junho de 2025, tínhamos cerca de R$ 730 milhões em valor de aquisição mobilizados em nossa frota de máquinas, equipamentos e veículos, em um parque com 1.127 ativos. Quanto à divisão por aplicação, a frota é composta de 75% de Linha Amarela e 25% das linhas Branca e Verde.
Com 1.127 ativos, frota atual da Vrental soma R$ 730 milhões em valor de aquisição
Atualmente, a lista de equipamentos mais alugados pela Vrental inclui retroescavadeiras, escavadeiras, caminhões, pás carregadeiras, motoniveladoras, rolos e tratores. Somos uma locadora multimarcas, atuando com máquinas e equipamentos de importantes players globais do setor, como Caterpillar, John Deere, Komatsu, Dynapac, Wirtgen, LiuGong, JCB, Sany, Hyundai, Margui e Case Construction.
Quando disponível, utilizamos crédito (seja por meio de Finame, consórcio ou banco de fabricante), mas eventualmente também temos utilizado capital próprio nas aquisições de novas máquinas. Sobre o momento, as altas taxas de juros e a restrição de crédito têm sido dificultadores para um maior crescimento, sem qualquer dúvida.
Nesse campo, nossa ação mais importante é a manutenção das máquinas de forma preventiva nos nossos clientes, com acompanhamento contínuo da frota por telemetria. Além disso, a presença do nosso time de operações em campo é um aspecto fundamental para a alta disponibilidade que alcançamos em nossos serviços. Fazemos a manutenção em campo com mecânicos próprios, incluindo o uso de telemetria e, ainda, oficinas próprias com pessoal especializado.
Atuação preventiva junto os clientes é um diferencial importante da locadora, avalia Lopes
O acompanhamento por telemetria, com a utilização e IA para apoiar a manutenção, e o controle de custos (TOC, ou Total Ownership Cost) são exemplos de serviços que podem fazer o setor crescer mais rápido. Todos esses recursos, junto ao aumento do escopo e à melhora na prestação dos serviços, também permitem que o aluguel avance, pois são extremamente valorizados pelos clientes.
Já é nítido que os avanços em automação, conectividade e inteligência artificial constituem as principais tendências tecnológicas do setor na atualidade, em qualquer ordem de importância que preferir. São fatores que estão transformando o mercado.
Acredito que o novo cenário tributário no Brasil está incerto para a prestação de serviços em geral. Em linhas gerais, ainda falta regulamentar bastante coisa para que se possa avaliar o real impacto dessas mudanças no negócio de aluguel de máquinas. Até o momento, todavia, a avaliação predominante é de que o impacto será negativo para o setor de rental.
O tarifaço norte-americano impacta todos os setores da economia e o resultado pode ser um crescimento menor, com menos investimentos em geral. Isto posto, a incerteza regulatória não é boa para ninguém.
Para o CEO, uso de telemetria e controle de custos podem fazer o setor crescer mais rápido
Os planos para 2026 são essencialmente de foco em eficiência e rentabilidade, buscando manter o alto nível de satisfação dos clientes. Quanto aos volumes de investimentos, o número final ainda não está aprovado pelo Conselho da empresa, mas posso antecipar que será maior que em 2025.
Após décadas de atuação, trago experiência em setores com uso bastante intensivo de capital, com passagem inclusive pela área de locação de automóveis, tanto de curto como de longo prazo. Assim, eu diria que o setor de aluguel de máquinas tem um grande potencial de crescimento e consolidação no país, pois apoia as empresas de maneira estratégica na gestão, permitindo que se concentrem nas atividades centrais para os seus negócios.
Saiba mais:
VRental: vrental.com.br

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